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Escritores brasileiros distinguem Barnet e repudiam o bloqueio contra Cuba

A União Brasileira de Escritores (UBE) distinguiu em Havana o poeta e etnólogo Miguel Barnet com a Medalha Jorge Amado, o reconhecimento mais importante dessa organização

Autor: Pedro de la Hoz | pedro@granma.cu

Agosto, 2019

Foto: Internet

 

A União Brasileira de Escritores (UBE) distinguiu em Havana o poeta e etnólogo Miguel Barnet com a Medalha Jorge Amado, o reconhecimento mais importante da organização, em atenção à hierarquia da sua obra literária e como representante da cultura de um país submetido por seis décadas a um implacável bloqueio pelos governos dos Estados Unidos.

Para tornar efectiva a decisão do conselho de administração da UBE, o seu presidente, Durval de Nogueiras Goyos Jr., portador de uma mensagem de solidariedade dos escritores do seu país, viajou à Ilha sublinhando que os escritores desse país rejeitam o alinhamento coincidente dos actuais líderes do Brasil e dos EUA na sua política anti-cubana.

Durante o acto realizado na sede da Uneac, e com a presença de Fernando León Jacomino, vice-ministro da Cultura, Nogueiras lembrou que a organização a que preside, já em 1960 e por iniciativa de Jorge Amado, manifestou publicamente apoio ao curso independente da Revolução Cubana e denunciou as agressões imperiais, que até então tinham a nação antilhana em vista.

Em Barnet, escritores brasileiros premiaram o que consideram o mais importante autor cubano vivo, a marca fundamental da Biografia de un cimarrón, as contribuições para o desenvolvimento da literatura testemunhal, o intenso esboço antropológico da sua obra e também a dignidade com a qual ele colocou alta cultura cubana em todas as áreas.

Ao agradecer o prémio, o poeta explicou como ele encontrou na narrativa de Amado o magma da miscigenação e o que o legado africano representa na sociedade brasileira: «negros, mulatos, pessoas de pele morena e condição humilde, escravos, os peões, os estivadores portuários, o candomblé, a macumba, as mães dos santos, os orixás tão relacionados aos nossos e a irrevogável vocação de justiça e alegria de viver dos pobres e despossuídos naquele país gigantesco, penetraram os meus alunos e a minha sensibilidade lendo os seus romances».

Entre Cuba e Brasil, disse, nada pode ser feito por aqueles que «em tempos de repontes neoliberais e facisóides, pretendem fraturar a proximidade histórica entre as nossas culturas e povos». A esses personagens Barnet fez questão de lembrar um verso de uma música muito popular de Chico Buarque, na moda nos anos 60 e totalmente adequada para estes dias: “Apesar de você, amanhã deve ser outro dia…».

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