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Cuba: a obsessão dos EUA

Cuba é, por muitos anos, um tema recorrente na agenda de todos que passaram pelo mais alto cargo político nos Estados Unidos, as palavras repetem-se e a retórica é sempre a mesma.

Autor: Gabriela Ávila Gómez | informacion@granma.cu

Dezembro 2018

 

Foto: Lema

Cuba é, de há muitos anos, um tema recorrente na agenda de qualquer um que tenha passado pelo mais alto cargo político nos Estados Unidos, as palavras são repetidas e a retórica é sempre a mesma, e se num determinado momento se registou uma melhoria nas relações bilaterais, o governo Donald Trump deitou (quase) tudo por terra.

Um dos eventos mais recentes ocorreu quando o mundo comemorou o Dia dos Direitos Humanos, e para «comemorá-lo», o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, supostamente enviou uma carta — que chegou aos mídia primeiro do que ao seu destinatário — ao chanceler Bruno Rodríguez, em que levanta a sua «preocupação» pelos direitos humanos na Ilha.

Apesar do compromisso de Cuba com essa questão ter sido demonstrado repetidamente, e apoiado por representantes de organizações multilaterais que visitaram Cuba, os ataques do lado norte-americano não cessam. Logo após da carta de Pompeo, numerosas personalidades e líderes cubanos responderam através de diferentes plataformas:

«Os EUA não têm moral para falar de Direitos Humanos, o seu discurso é hipócrita, desonesto, de duplo padrão. Alguém conhece uma violação dos direitos humanos mais cruel, prolongada e maciça do que o bloqueio económico, financeiro e comercial de Cuba?», afirmou o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, na sua conta no Twitter.

Na conta da chancelaria da Ilha nessa mesma rede social, o ministro Bruno Rodriguez reclamou de Pompeo: «Levante o bloqueio. Restaure os vistos para os cubanos. Pare a repressão aos migrantes, minorias e pobres».

Enquanto isso, uma declaração do director para os EUA, do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, disse: «Se os Estados Unidos estivessem realmente interessados nos direitos humanos dos cubanos, não imporia um bloqueio criminoso económico que punisse a nação inteira, nem colocaria obstáculos crescentes à emigração ordenada, nem aos serviços consulares dos quais dependem dezenas de milhares de cubanos».

Fernandez de Cossío fez referência nas suas declarações à decisão da administração Trump de encerrar, desde segunda-feira, 10 de Dezembro, o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (Uscis, por sua sigla em inglês, e pertencente ao Departamento de Segurança Nacional). Segundo este mesmo documento, será agora o escritório da Uscis na Cidade do México que vai assumir a jurisdição sobre questões de imigração para os Estados Unidos, que anteriormente foram atendidos em Havana.

É necessário lembrar que desde Novembro do ano passado, a maioria dos serviços da Uscis na Ilha foi transferida para outros consulados dos EUA em todo o mundo, mas agora, com o encerramento do escritório em Havana, serão afectados os moradores permanentes que percam seu chamado de «cartão verde», ou a sua permissão de reentrada aos EUA em Cuba, que terão que gerir os seus documentos fora da Ilha.

A decisão também afectará o Programa de Reunificação Familiar.

CRONOLOGIA BREVE DE UMA ESCALADA:

2017

– No início do ano, o lado norte-americano informou Cuba dos supostos ataques acústicos contra o pessoal de sua embaixada.

– Embora hoje não haja provas de tais ataques, em Setembro foi anunciada a retirada de 60% do pessoal diplomático norte-americano em Havana, enquanto o Departamento de Estado recomenda que os seus cidadãos não viajem para a Ilha. Em Outubro, o Departamento de Estado ordenou a saída de 15 diplomatas cubanos de Washington.

2018

– A partir de 5 de Março, a sede diplomática dos EUA em Cuba, começou a funcionar como «posto diplomático sem companhia».

– Devido a todas essas medidas unilaterais, a secção consular de Washington em Havana estava praticamente paralisada.

– Na segunda-feira, 10, numa declaração onde o termo «ataque» continua sendo usado, foi anunciado o fechamento do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos na Ilha.

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