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Solidariedade com América Latina

O Mundo vive um momento de grande complexidade a nível internacional, um momento em que se avolumam os perigos para os trabalhadores e para os povos, por via de uma poderosa ofensiva imperialista. Ofensiva que se está a traduzir num grande retrocesso civilizacional e numa instabilidade, insegurança e conflitualidade permanentes no plano internacional.

O imperialismo aprofunda as políticas agressivas das principais potências imperialistas, nomeadamente os Estados Unidos da América e a União Europeia. A NATO confirma-se como tropa de choque das grandes potências e dos grandes interesses para imporem, através da força, a sua lei – que é a lei do mais forte – que não respeita princípios e nem valores, como o mais básico de todos, a vida humana. Essa é a lei do desrespeito pelo Direito Internacional, a lei da ingerência e da conspiração, a lei da usurpação e da subjugação dos povos pela força bélica, a lei da militarização das relações internacionais e da corrida aos armamentos, a lei do financiamento e armamento de grupos que desestabilizam países inteiros e que utiliza para a sua justificação a intriga, a conspiração e a mentira.

É nesta lógica chocante que devemos considerar como imoral e ofensiva a intervenção do Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal a propósito da chacina provocada por Israel e da qual, no passado dia 15 de Maio, resultaram mais de 40 mortes e centenas de feridos entre o povo palestiniano que protestava contra a abertura da Embaixada dos E.U.A. em Jerusalém. Considera o Sr. Ministro que o estado Sionista tem o direito de se defender – defender-se de quem perguntamos nós, se são eles mesmo os agressores que há 70 anos ocupam ilegalmente território Palestino. Neste caso, o Sr. Ministro foi ainda além das considerações da União Europeia – o bom aluno é assim mesmo!

A utilização dos média, para a criação do estado de sítio na mente da opinião pública, desvirtuando a realidade dos factos, tornando as vítimas em malvados agressores, faz parte de uma estratégia ignóbil que tem de ser combatida e desmascarada.

O mesmo Senhor Ministro, a propósito dos resultados eleitorais e da vitória expressiva de Nicolas Maduro nas eleições para a Presidência da República Bolivariana da Venezuela, disse que Portugal não reconhece os resultados, dado que a percentagem de votantes tinha sido muito baixa. Esqueceu-se o Senhor Ministro que, esta dita baixa percentagem, 67,7% dos votos expressos, foi ainda assim superior àquela que elegeu Marcelo Rebelo de Sousa para a Presidência da República Portuguesa, que como se sabe foi de 52% igualmente dos votos expressos.

As contradições destes democratas de democracias da hipocrisia são incontáveis e permanentes e é assim, não vemos estes símbolos das liberdades e dos direitos humanos contestar o processo eleitoral da Colômbia, onde nos últimos meses já foram assassinados 186 líderes de movimentos sociais, e no México, onde decorre o processo eleitoral para as presidenciais e até 26 de Maio do corrente ano já foram assassinados 102 políticos e candidatos em todo o país.

Está em curso uma violenta contra-ofensiva do imperialismo com uma sucessão de golpes, manobras de ingerência, ameaças militares, bloqueios e sabotagens económicas que visam fazer regredir o rumo de progresso, de afirmação soberana e democrática e de cooperação solidária que há mais de 15 anos foi iniciada na América Latina com o contributo de Cuba e da Venezuela.

O processo de afirmação soberana e de avanços sociais no Brasil dos últimos 15 anos foi alvo de um processo golpista das forças reaccionárias e do imperialismo, com a instrumentalização política do poder judicial e o uso do poder mediático dos meios de comunicação social detidos pelo grande capital, cujo conteúdo político assenta no ataque à democracia, aos direitos políticos, sociais, económicos e culturais do povo brasileiro.

A Venezuela e o seu povo são alvo de inaceitáveis e perigosos actos e manobras de desestabilização que acompanhadas de uma campanha internacional de mentira, deturpação e calúnia, visam levar a cabo um golpe contra o processo da Revolução Bolivariana, as suas importantes conquistas sociais e democráticas e o legítimo poder político do Presidente Nicolas Maduro e do Governo Venezuelano.

 

A AAPC reafirma a sua solidariedade com o povo e as forças progressistas da Venezuela. Exige o fim de todas as acções de ingerência externa contra este País soberano e confirma o seu compromisso de, em conjunto com o movimento da paz em Portugal, prosseguir a luta em defesa do direito do povo venezuelano de decidir livremente dos seus destinos e em defesa da independência e soberania da República Bolivariana da Venezuela

A AAPC denuncia a acção ilegal e criminosa do paramilitarismo colombiano contra os activistas progressistas e as comunidades indígenas, tolerado pelo Governo Colombiano e com ligações a vários sectores do imperialismo, nomeadamente o norte-americano. Expressa a sua solidariedade às forças progressistas, aos democratas, às forças revolucionárias, movimentos populares e indígenas que assumem firmemente e com total determinação, por vezes com a própria vida, a defesa inequívoca do processo de paz naquele país. Um processo que nada nem ninguém deverá travar!

A AAPC acompanha também com preocupação as crescentes tensões na Argentina, num quadro de um processo de retrocesso social e ataque aos direitos dos trabalhadores e do povo daquele País.

Expressa a sua solidariedade ao povo e às forças progressistas do Equador que lutam, num novo quadro político, pela continuação do processo democrático naquele País.

Denuncia a ofensiva em curso na Bolívia para impedir a recandidatura do Presidente Evo Morales, assim como a natureza golpista antidemocrática do poder político nas Honduras, bem expressa na fraude eleitoral nas últimas eleições neste País, denunciada pelas forças democráticas hondurenhas.

A AAPC expressa a sua solidariedade aos povos da Nicarágua e de El Salvador que, num quadro regional de grande ofensiva do imperialismo e de fortes pressões das forças reaccionárias latino-americanas e do imperialismo, defendem a sua soberania e direito ao desenvolvimento.

A evolução da situação económica em Cuba continua a ser fortemente condicionada pelo Bloqueio dos EUA, uma autêntica guerra económica contra Cuba, ilegítima e ilegal no quadro do direito internacional. O Bloqueio atenta frontalmente contra a soberania de Cuba e viola o direito do povo cubano ao acesso a bens materiais essenciais nos sectores da saúde, alimentar, da educação, desporto, cultura, e desenvolvimento, implicando pesados prejuízos e consequências para a economia e finanças de Cuba. Apesar de isolada internacionalmente, contando apenas com o apoio do governo sionista de Israel e derrotada repetidamente nas votações na Assembleia Geral da ONU, a Administração Norte-Americana tenta concretizar a ameaça de agravar o Bloqueio a Cuba – de ressalvar que esta política já conta com críticas internas por crescentes sectores da sociedade daquele País.

Entretanto a AAPC regista positivamente o diálogo estabelecido entre a União Europeia e Cuba e os passos dados para o fim da Posição Comum da UE sobre Cuba.

A AAPC sublinha e saúda a determinação do povo cubano e da liderança política da revolução socialista que, apesar dos impactos do bloqueio e das manobras hostis de ingerência e destabilização de que é alvo, continua a garantir ao seu povo direitos e condições de vida que colocam Cuba nos mais altos níveis de desenvolvimento humano da região da América Latina e em algumas áreas em posição similar ou mesmo superior a países europeus ou aos EUA.

 

Saudamos todos os povos que lutam pela sua soberania, pela liberdade e democracia, que não aceitam subjugar-se aos ditames do imperialismo.

Somos solidários e tudo faremos para que o nosso humilde contributo ajude no reforço necessário para enfrentar esta ofensiva crescente do Imperialismo.

A Luta em defesa da Paz é uma prioridade para que os povos possam intensificar a sua marcha libertadora conquistando direitos sociais, condições de uma vida digna e defendam a sua soberania.

 

Viva a solidariedade internacionalista!

 

Lisboa, 07 de Junho de 2018

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