Um avião militar dos EUA violou o espaço aéreo venezuelano no sábado, 17, denunciou esta segunda-feira o ministro da Defesa da Venezuela. Ao discursar durante uma cerimónia militar ocorrida numa base nos arredores da capital, Caracas, Vladimir Padrino López detalhou que a aeronave partiu da base norte-americana em Curaçau, tendo sido a segunda vez que tal acontece em menos de dois anos.
O titular das forças armadas bolivarianas aproveitou ainda a ocasião para assegurar que as estruturas militares do país estão «fortes, coesas e com a consciência patriótica e democrática intactas», isto apesar de mensagens de apelo à deserção e à rebelião que, acusa, foram intensificadas também durante o passado fim-de-semana por parte de «senhores [a mando] do imperialismo».
Dias antes, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela reagiu, por seu lado, às «ignominiosas declarações emitidas pelo encarregado de negócios dos EUA na Venezuela, Todd Robinson» a respeito das condições democráticas e da transparência do processo eleitoral em curso no país. «A Venezuela não necessita de nenhuma colaboração dos EUA em matéria eleitoral, porque o sistema eleitoral desse país é frágil e não oferece garantias em nenhuma das suas fases», afirmou o CNE, para quem a Venezuela conta com um robusto sistema de garantias eleitorais que dá segurança aos venezuelanos quanto ao pleno respeito pelos seus direitos políticos».
Nos dias 5, 6 e 7 de Março, reuniram em Caracas organizações políticas e sociais de distintos países tendo aprovado uma declaração na qual repudiam «a gravíssima escalada de agressões contra a democracia e a soberania venezuelanas por parte do governo belicista de Donald Trump», bem como a «estratégia global de neocolonização da América Latina e do Caribe» que aquela integra e a postura subserviente de muitos governos da região. Os subscritores denunciam a sabotagem do diálogo entre governo e oposição e da economia do país; saúdam a convocação de eleições presidenciais antecipadas, cujos resultados o imperialismo e os seus agentes se preparam para não reconhecer, alertam, e concluem apelando aos povos de todo o mundo, sobretudo os do continente sul-americano, para que se solidarizem com a Revolução Bolivariana, o povo da Venezuela e o seu direito a escolher livremente e sem ingerências o respectivo futuro colectivo.
Fonte – Jornal Avante