O Ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, apresentou o informe sobre a política de Estados Unidos da América contra, de violação massiva, flagrante e sistemática dos direitos humanos de todos los cubanos.
O bloqueio é a pandemia permanente, o furacão constante, assim definiu o Ministro de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, ao apresentar perante a imprensa nacional e internacional e correspondentes de meios estrangeiros o Informe de Cuba à Assembleia Geral da ONU sobre o impacto e os danos que provoca o bloqueio imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba, política cruel que na atualidade aplica «com precisão cirúrgica para afetar os setores mais sensíveis da sociedade cubana e criar desespero no povo cubano”
Em virtude da Resolução 75/289 da Assembleia Geral da Nações Unidas, sob o título «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos de América contra Cuba», o informe deste ano de 2022 abarca o período compreendido entre Janeiro a Julho de 2021.
São os primeiros sete meses do governo do Presidente dos E.U.A. Joe Biden, e o texto denuncia esse continuado e desapiedado ato de crueldade que dura há mais de seis décadas, e nos dias 2 e 3 novembro próximo será considerado pela trigésima ocasião na agenda da comunidade internacional.
O contexto é especial, disse o Ministro, porque abrangem os efeitos devastadores do furacão Ian e uma crise global multidimensional que incluiu uma crise económica internacional e uma ameaça iminente de recessão global, crise alimentícia, crise energética, crise na saúde, entre outras, quando a guerra económica, comercial e financeira se recrudesceu desde a segunda metade de 2019, quando a administração republicana de Donald Trump com o propósito deliberado de fazer colapsar a economia cubana.
No entanto, disse que essa asfixia, aplicada sem medir as graves consequências humanitárias nem os impactos desse objetivo, «nunca se cumprirá, mas que provocaria, sem lugar a dúvidas, consequências imprevisíveis».
Ao assinalar que não é um desenho novo, «mas sim foi cirurgicamente melhor desenhado tomando como objetivo cada um dos principais ingressos do país, buscando com afinco incrementar o impacto na vida cotidiana da nossa população, sobre a base da melhor expressão dessa política que é o memorandum do subsecretário Lester Mallory de abril de 1960, que reconhece que o objetivo do bloqueio é deprimir os salários nominais e reais, provocar fome, desesperação, sofrimento e a queda do Governo».
«A Lei Helms-Burton de 1996 ratifica essa mesma política e nas medidas de máxima pressão contra Cuba, as mais de 200 sanções adicionais do bloqueio aplicadas pelo presidente Donald Trump, procuram-se esses mesmos e cruéis objetivos», afirmou o titular da diplomacia cubana.
Hoje, frisou o Ministro, a prática atual da política do presidente Joe Biden contra Cuba é lamentável é a mesma política republicana, e mantem «o desenho que persegue cada ingresso, cada fonte de financiamento e de abastecimento do país», com um impacto de dimensão maior e desde o ponto de vista humanitário mais perversa e nociva.
É uma realidade inocultável a existência do bloqueio, assegurou o Ministro cubano, quem acrescentou que «nada poderia seriamente afirmar que o bloqueio não existe ou é um mero pretexto. É totalmente percetível que atinge e prejudica cada família cubana, aos cubanos que residem nos Estados Unidos, aos cidadãos estado-unidenses e as pessoas e empresas de todo o planeta».
Detalhou na sua intervenção as carências e desabastecimento no caso de alimentos, a situação extremadamente grave do sistema eletroenergético nacional e as dificuldades para adquirir produtos, partes e peças de reposição, os obstáculos ou negativas a fornecer medicamentos e de equipamento médico no meio da pandemia da Covid-19.
Sublinhou que frente a estas adversidades, frente à hostilidade do Governo dos Estados Unidos, o nosso país não se detém nem deixa de renovar-se «Cuba muda todos os dias, e seguirá mudando. Cuba renova-se todo o tempo. O que não muda, o que não se renova o que está ancorado no passado, é a política do bloqueio».
Rodríguez Parrilla sublinhou que é universal o repúdio a una política criminosa que não derrotou nem alcançou os objetivos que se propôs, embora provoque muitos prejuízos humanos, provoca sofrimento todos os dias em cada refeição quando a família cubana se reúne na noite em apagão, quando há dificuldades para garantir medicamentos para um doente, o nosso povo sofre.
«Cuba tem direito a viver sem bloqueio, tem direito a viver em paz. Cuba estaria melhor sem bloqueio. Todos estariam melhor sem Bloqueio. Os Estados Unidos seriam um melhor país sem Bloqueio a Cuba. O mundo seria melhor sem o Boqueio a Cuba.”
AFETAÇÃO EM NÚMEROS POR SETORES
SAÚDE
113 milhões e 498 mil e 300 dólares
ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA
369 milhões e 589 mil 550 dólares
EDUCAÇÃO
30 milhões 32 mil 550 dólares
DESPORTO
2 milhões 827 mil 515 dólares
CULTURA
19 milhões 155 mil dólares
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA
37 milhões 520 mi 578 dólares
INDÚSTRIA
31 milhões 275 mi 520 dólares
ENERGIA E MINAS
136 milhões 63 mil e 43 dólares
CONSTRUÇÃO
22 milhões 793 mil dólares
O QUE SE PODIA FAZER SE NÃO FOSSE O BLOQUEIO?
- Entre Agosto de 2021 e Fevereiro de 2022, os danos causados pelo bloqueio estão na ordem dos 3 mil 806 milhões de dólares, record histórico para um período tão reduzido de sete meses.
- O produto interno bruto de Cuba, segundo dados muito conservadores, podia ter crescido, apesar das circunstâncias adversas que enfrenta a economia cubana, 4,5% nesse período, se não fossem aplicadas essas medidas.
- Em seis décadas, a preços correntes, os danos acumulados somam 154 mil 217 milhões de dólares. Ao valor do ouro (onça de ouro), tomando em conta as depreciações, os prejuízos acumulados atingem a cifra enorme de 1 bilião 391 mil 111 milhões de dólares.
- Entre Janeiro de 2021 e Fevereiro de 2022 registaram-se um total de 642 ações diretas, unilaterais, coercitivas e ilegais contra bancos estrangeiros que, perante a ameaça do sistema financeiro estado-unidense, se negaram a prestar serviços a Cuba.
- Durante os primeiros 14 meses do governo de Biden os prejuízos ocasionados pelo boqueio ascendem a 6 mil 364 milhões de dólares, também record histórico. Isto significa mais de 454 milhões mensais e 15 milhões de dólares diários, em danos e prejuízos.
Fonte: Juventude Rebelde
Outubro, 2022