Em prol da emancipação continental já é um princípio que Cuba faça tanto como diz; pois se o internacionalismo que protagoniza é sua melhor forma de fazer, qualquer tribuna lhe é importante para falar e denunciar; por ela e pelos povos que sofrem, aos grandes culpados pelas suas mazelas, promotores da pilhagem, da divisão, da degradação social e do subdesenvolvimento crónico.
Cartaz mural pintado no bairro 23 de Janeiro, em Caracas, Venezuela.
Apenas três dias depois de suas palavras contundentes no fórum universal da ONU, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez Parrilla, ocupou o palco virtual continental que estabeleceu a 20ª Reunião da Chanceleres da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), na qual voltou a condenar com força as medidas de coerção unilaterais aplicadas pelo Governo dos Estados Unidos contra vários países da área.
Rodriguez Paerrilla abordou temas peliagudos para os 33 países que compõem este mecanismo de integração, como os efeitos do Sars-Cov-2 no desenvolvimento das nossas nações, as estratégias imperialistas e suas ameaças para a paz, e comentou que as agressões da administração estadunidense obstaculizam as respostas à pandemia e violam o Direito Internacional, os postulados da Carta das Nações Unidas e a Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz.
«Unidos, sem exclusões de qualquer natureza, complementando-nos e compartilhando os recursos ao nosso alcance, podemos enfrentar em melhores condições os desafios comuns», indicou o chanceler, que também denunciou a ferocidade sem precedentes na aplicação do bloqueio económico, comercial e financeiro contra Cuba, de Washington.
Nas palavras do ministro, a Ilha deu seu apoio aos povos e Governos da Venezuela e Nicarágua, perante as constantes ameaças ianques ao seu bem-estar, segurança e paz. Igualmente, condenou o inadmissível desrespeito e manipulação dos organismos internacionais por parte do Governo dos Estados Unidos.
Rodriguez Parrilla denunciou que, como parte de sua campanha desonesta para desacreditar a cooperação médica internacional de Cuba, os EUA impuseram à organização Pan-americana da Saúde, sem nenhum mandado dos Estados membros, uma avaliação do seu papel no Programa Mais Médicos do Brasil, que beneficiou amplos sectores da população desse país.
Entre as propostas da delegação cubana esteve a de retomar a concertação e tornar efectiva a gestão da Celac nos fóruns multilaterais e, quando as condições sanitárias o permitirem, relançar o diálogo político regional ao mais alto nível.
Esta reunião da Celac tem lugar num contexto complexo. Prevê-se que a pandemia provocará a maior contracção económica na história da América Latina e do Caribe. A pobreza vai se incrementar em cerca de 45 milhões de pessoas, os que se acrescentariam aos 186 milhões que já viviam nessa situação, como resultado de décadas de falhadas politicas neoliberais.
Autor: Yisell Rodríguez Milán | internet@granma.cu