O ataque aos quarteis Moncada, em Santiago de Cuba, e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo, marcaram um antes e um depois na história de Cuba
Foto: Endrys Correa Vaillant
Hoje, a obra da Revolução vive nos quartéis convertidos em escolas.
No meio de uma situação de falta de esperança total para a grande maioria dos cubanos, quando parecia «que o Apóstolo viria a morrer no ano do seu centenário», um grupo de jovens, boa parte dos quais apenas ultrapassava os 20 anos de idade, tiveram a ousadia de assaltar a segunda fortaleza militar do país.
O ataque aos quarteis Moncada, em Santiago de Cuba, e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo, marcaram um antes e um depois na história de uma Cuba até então sumida em calamidades de todo o tipo, cujos governantes de turno pretendiam convertê-la num gigantesco cassino e bordel.
Prestes a contornar situações impossíveis, sem mais recursos que o amor à Pátria e a dor profunda pelo destino incerto da terra que os viu nascer, aqueles rapazes de alma limpa e ética martiana, empunharam as armas para acabar, de vez com toda aquela sucessão de regimes entreguistas, corruptos e criminosos.
Tamanho «atrevimento» perante um exército apoiado, equipado e assessorado pelas administrações estadunidenses, provocou a morte de dezenas dos atacantes, uns mortos no combate e outros, a maioria, assassinados pelos esbirros sedentos de sangue, após as acções ocorridas na «manha da Santa Ana».
Contudo, nem então nem agora jamais se falou de um fracasso. O revés táctico ficou em um segundo plano perante a colossal conotação de um sucesso que abalou a sociedade cubana e significou um acordar da consciência nacional, na luta contra a ditadura batistiana e pela definitiva independência da Pátria.
Foi ali, entre os muros do quartel Moncada e o fragor do combate, quando se afiançou a liderança de Fidel Castro Ruz, como estrategista, forjador da unidade e guia indiscutível de uma nova organização revolucionária, afastada das intrigas eleitoralistas, as saídas reformistas e o quietismo imperantes na vida política do país.
A partir de então, nada seria igual. Nem os anos no cárcere nem os dias azarentos do Granma, nem as adversidades nos fronts de guerra, nem os perigos latentes da luta clandestina fizeram diminuir a perseverança e o espírito indomável daqueles patriotas, que culminou com o triunfo de 1º de Janeiro de 1959.
A eterna clarinada do Moncada é escutada hoje com especial nitidez, para chamar ao combate quotidiano, em todos os âmbitos da vida económica e social, em prol de uma Cuba melhor, unida e monolítica, capaz de enfrentar vitoriosa qualquer tentativa de lhe tirarem a liberdade conquistada durante anos de cruenta luta e rebeldia sem par.
Autor: Miguel Febres Hernández | informacion@granma.cu
Julho, 2020