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Por que é ilegal a anexação da Cisjordânia por parte de Israel?

«Cuba reitera seu rechaço aos planos israelenses de se anexar os territórios palestinos na Cisjordânia que só incrementariam os riscos de conflito na região. A única solução possível é um Estado palestino com suas fronteiras de antes de 1967», publicou recentemente em sua conta no Twitter o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla

Autor: Enrique Moreno Gimeranez | internet@granma.cu

Julho, 2020

Foto: AFP

 Colonatos ilegais construídos por Israel na Cisjordânia ocupada.

 

«Cuba reitera o seu repudio aos planos israelenses de anexar os territórios palestinos na Cisjordânia que só incrementariam os riscos de conflito na região. A única solução possível é um Estado palestino com suas fronteiras de antes de 1967», publicou recentemente na sua conta no Twitter o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla.

Tal pronunciamento acontece no meio de um profundo repudio internacional à decisão de Tel Aviv de anexar 30% do território palestino da Cisjordânia, uma promessa do primeiro-ministro Benjamín Netanyahu que devia iniciar a partir deste mês de julho, após o apoio recebido pela administração de Donald Trump mediante a publicação do documento dos Estados Unidos intitulado “Paz para a prosperidade. Uma visão para melhorar a vida dos povos palestino e israelense”, denominado como Acordo do Século.

Vários elementos corroboram a ilegalidade desta acção do Estado sionista contra o povo palestino.

  1. A ANEXAÇÃO CONSTITUI UMA GRAVE VIOLAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL

A Carta das Nações Unidas, o Quarto Convénio de Genebra e inúmeros acordos da ONU estabelecem a inadmissibilidade da aquisição de território pela força. A anexação desta região por parte de Israel, além de constituir uma grave violação do Direito Internacional e de oito resoluções do Conselho de Segurança desde 1967, contravém o direito à independência e a autodeterminação do povo da Palestina, e provocará sofrimento social e dificuldades económicas à população árabe.

  1. CONSTITUIRIA UM EXEMPLO DE APARTHEID CONTRA OS PALESTINOS

Michael Lynk, relator especial das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos no território palestino ocupado desde 1967, afirmou que a anexação deixaria os palestinos com apenas enclaves de territórios isolados e cercados por Israel, «o que ficaria da Cisjordânia seria convertido num bantustão palestino, um arquipélago de ilhas distanciadas, completamente cercado e dividido por Israel e desligado do mundo exterior». O apartheid qualifica como crime de lesa humanidade, de acordo com o Estatuto de Roma, da Corte Penal Internacional.

  1. PÕE EM CAUSA A SOLUÇÃO DE DOIS ESTADOS ACORDADA INTERNACIONALMENTE E AFECTA A PAZ REGIONAL

Esta acção de Tel Aviv vai na contramão de uma solução ampla, justa e duradoura para o conflito israelense-palestino, que permita a esse povo árabe exercer o direito à livre determinação e dispor de um Estado independente e soberano nas fronteiras anteriores a 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital, e que garanta o direito ao retorno dos refugiados. Pode desencadear um novo conflito de incalculáveis consequências no Oriente Médio.

  1. É CONTRÁRIA À POSTURA DA IMENSA MAIORIA DA COMUNIDADE INTERNACIONAL

Inúmeros Estados, organizações e personalidades condenaram os planos de Israel. «Caso ser implementada, a anexação constituiria uma violação mais grave do Direito Internacional, afectaria gravemente a possibilidade de uma solução de dois Estados e enfraqueceria as possibilidades de uma renovação das negociações. Peço ao Governo israelense para abandonar os seus planos de anexação», expressou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

«A anexação é ilegal. Ponto (…) Qualquer anexação. Bem seja de 30% da Cisjordânia ou 5%», declarou a alta comissionada das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

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