A vigilância eficaz das fronteiras é decisiva contra o Covid-19
Até agora, 30 viajantes foram internados para estudo e, depois de realizar sete novas análises especificamente para o Covid-19, que, como as oito anteriores, foram negativas, o país continua sem a doença, disse o ministro da Saúde, José Ángel Portal Miranda.
Autor: Leticia Martínez Hernández | internet@granma.cu
Março, 2020
Foto: Ariel Cecilio Lemus
A eficácia das medidas adoptadas por Cuba para a prevenção e controle do Covid-19 foi reconhecida na terça-feira, 10 de Março, numa reunião com as mais altas autoridades de todas as províncias do país e o município especial Isla de la Juventud, dirigida pelo presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz e o vice-presidente Salvador Valdés Mesa.
Segundo o ministro da Saúde Pública, José Ángel Portal Miranda, a Ilha continua sem casos confirmados do novo coronavírus que já afectou 104 nações. Até o momento, apontou o titular da Saúde, 30 viajantes foram admitidos para estudo e depois de lhes realizar sete novas análises especificamente para o Covid-19, que, como as oito anteriores, foram negativas, o país permanece sem a doença.
Numa troca através de uma videoconferência com cada um dos governadores e o prefeito da Isla de la Juventud, foi avaliado o trabalho desenvolvido de forma mais intensa nos últimos dias nos aspectos do Plano de Prevenção e Controle, como a certificação de instalações para isolamento e hospitalização; a produção de protectores bucais no país; audiências de saúde em comunidades e locais de trabalho; o treinamento de todos os envolvidos; a atenção à população mais vulnerável e a campanha de comunicação para manter as pessoas constantemente informadas.
Em relação a esse diálogo directo com as mais altas autoridades de cada território, o vice-primeiro-ministro Roberto Morales Ojeda alertou que a primeira parte do treinamento em Covid-19 está a ocorrer actualmente, que deve continuar mais especificamente em cada um dos sectores.
Também chamou a atenção para a necessidade de certificar, com os parâmetros estabelecidos, as instalações onde possíveis pacientes serão tratados. Especificamente sobre esse assunto, soube-se na reunião que uma comissão do ministério da Saúde Pública está actualmente em turné pelo país, para revisar as condições dos locais previstos no Plano.
Morales Ojeda também insistiu na preparação do pessoal que estaria a trabalhar nessas unidades médicas, voluntariamente e por um período prolongado de tempo. Por isso, enfatizou, questões como condições para descanso da equipe e outros detalhes fornecidos numa situação de quarentena devem ser abordadas manualmente.
O vice-primeiro ministro mencionou aspectos essenciais, como o coeficiente de disponibilidade técnica de ambulâncias, que em algumas províncias é inferior a 50% e, portanto, o apoio de outro tipo de transporte deve ser fornecido para a transferência de doentes. Também enfatizou a possibilidade de aumentar as consultas sobre sintomas respiratórios e a necessidade de os médicos determinarem as etapas a serem seguidas em cada caso, para não sobrecarregar o sistema de saúde do país.
No encontro com os governadores — realizado todos os meses e, desta vez, o tema principal foi o confronto com o novo coronavírus — os ministros da Indústria e do Comércio Interno confirmaram que o país possui cobertura de cloro que deve ser usada na desinfecção das superfícies e sua produção é estável. Ao mesmo tempo, protectores bucais são importados e a preparação de outra quantidade de máscaras já começou na indústria nacional e local.
Ao avaliar as medidas que estão a ser implementadas, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz considerou que houve um processo intensivo na implementação do Plano de Controle e Prevenção Covid-19 em Cuba.
Reiterou a importância das audiências em saúde, que, segundo ele, se baseiam na necessidade de manter a população informada. «Que não fique um único lugar», disse, «sem aviso prévio ao nosso povo».
O primeiro-ministro disse aos governadores e prefeitos que prestassem atenção especial aos pontos das estradas onde as pessoas que viajam estão concentradas, como centros de serviços e lanchonetes; minimizar a transferência de pacientes e continuar monitorando o controle de saúde nas fronteiras, o que tem sido muito eficaz, acrescentou.
«A primeira parte de um ciclo foi encerrada», disse, «agora iremos ao contra-ataque com outras medidas do Plano».
Março, 2020