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Quinze elementos sobre o estado das relações entre os EUA e Cuba

O que define o estado actual das relações é uma forte intensificação do bloqueio económico, comercial e financeiro

Autor: Granma | internet@granma.cu

Outubro, 2019

1 – Há um retrocesso na relação bilateral, no entanto, algumas áreas de cooperação são mantidas, especialmente no âmbito da aplicação da lei e segurança nacional.

2 – O que define o estado actual das relações é uma forte intensificação do bloqueio económico, comercial e financeiro, que está causando danos humanitários e económicos, afectando todas as cubanas e os cubanos, bem como os próprios cidadãos dos EUA, devido à proibição de viajar para a Ilha. O bloqueio é uma maneira obsoleta de agir, violando o Direito Internacional e até a Convenção de Genebra contra o crime de genocídio.

3 – Existe uma abordagem ideológica e uma motivação política eleitoral que, infelizmente, prevalece muitas vezes quando se olha para Cuba pelo governo ou pelas elites políticas dos Estados Unidos.

4 – Sempre houve canais de comunicação entre os dois governos e, se o establishment político norte-americano quisesse avançar com Cuba, possui os meios perfeitamente estabelecidos para isso.

5 – Infelizmente, o funcionamento normal das embaixadas foi afectado pela redução de pessoal ou pelo corte de serviços consulares na embaixada dos EUA em Havana, o que afecta seriamente o reagrupamento familiar e as viagens de cubanos aos Estados Unidos.

6 – Seiscentos mil norte-americanos e 400 mil cubanos residentes nos Estados Unidos visitaram Cuba em 2018. Portanto, há um elo importante entre os dois povos, entre inúmeras instituições. Os laços culturais são essenciais nesse relacionamento.

– Existe uma tendência histórica irreversível, as relações entre os Estados Unidos e Cuba nunca podem ser iguais às prévias de Dezembro de 2014.

8 – É provável que exista uma situação política desfavorável, principalmente durante o ano eleitoral.

– A maioria dos cubanos que vivem na Flórida apoia o avanço da normalização das relações e o fim do bloqueio, principalmente os mais jovens.

10 – Nos últimos meses, Cuba recebeu muitas ameaças, directas e indirectas, de um endurecimento sem precedentes do bloqueio, com sanções que obedeceriam mais a um estado de guerra do que à relação entre uma grande potência e uma pequena ilha que se encaixa livremente na baía de Hudson.

11 – As mais recentes acções de bloqueio dos EUA contra remessas de petróleo para Cuba são brutais, inéditas, não convencionais, não típicas de uma situação normal internacional.

12 – A relação de Cuba com a Venezuela, que é uma relação de respeito mútuo, baseada no Direito Internacional e na solidariedade, está sendo usada como pretexto para sanções contra a Ilha maior das Antilhas.

13 – Os Estados Unidos não estão concedendo o número de vistos para migrantes cubanos ao qual foram forçados quando assinaram os acordos migratórios no ano passado.

14 – A política dos Estados Unidos em relação a Cuba, vista de nosso país, não é uma questão partidária, nem política, mas de coexistência civilizada entre dois estados vizinhos, muito desproporcional, porque um é uma superpotência e o outro é uma pequena ilha em desenvolvimento.

15 – A maioria do povo norte-americano, de acordo com todos os dados, favorece a normalização e a suspensão do bloqueio contra Cuba, e em Cuba existe um amplo consenso a esse respeito.

FonteEntrevista com o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, pelo vice-presidente de Notícias Internacionais da Associated Press (AP), Ian Phillips, na sede da agência, em Nova Iorque.

 

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