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A Banda de Aço de El Cobre

Com um trabalho fecundo registado durante os 30 anos de criada, a Banda de Aço de El Cobre conta já com credenciais na preferência musical dos cubanos.

Autor: Eduardo Palomares Calderón palomares@granma.cu

 

Com um trabalho fecundo registado durante os seus 30 anos, a Banda de Aço de El Cobre conta já com credenciais na preferência musical dos cubanos, particularmente entre destacados intérpretes do país, que reconhecem a singularidade desse timbre marimbado que com afinação alta extraem os sons aos seus instrumentos formados por tambores metálicos.

Muitos foram os destaques da banda, incluindo aquele em que interpretaram o Ave Maria de Schubert para o Papa Bento XVI durante sua visita ao Santuário da Virgem da Caridade; outro, o mini concerto oferecido pelo grupo profissional e a sua versão de crianças amadoras ao presidente Miguel Díaz-Canel, durante a sua visita ao território. Destacam-se também as inúmeras apresentações em festivais, carnavais e outras festas populares que tradicionalmente reivindicam e animam a sua presença.

Quando ainda ressoa o seu desempenho no Jazz Plaza, em Havana, e após a gravação para Cándido Fabré nos Estúdios Siboney da EGREM, a música das peças Cuba te quiere e Ula Ula, a banda do maestro Hermes Ramírez Silva aquece os metais para um vídeo do internacional Somos o Mundo, na Gran Piedra, várias propostas de Erik Iglesias (Cimafunk) e o Festival do Caribe de julho próximo.

Donos da determinação que caracterizou os filhos de El Cobre, nada simples foi o caminho para aqueles que devem a luz ao espírito empreendedor do fundador da Casa do Caribe, Joel James Figarola, cuja experiência de uma viagem por Trinidad e Tobago, Martinica, Barbados e outras ilhas da região foi decisiva para que o ritmo surgido nessas partes ganhasse vida no povoado mineiro.

Ao longo dos anos, os fundadores, trabalhadores amadores, e os primeiros tambores, moldados em brasa nas oficinas da empresa de mineração, deu lugar a este grupo formado por profissionais e equipado com instrumentos da maior qualidade, o que torna possível formar um repertório de luxo e alta qualidade em cada apresentação dentro e fora do país.

«Por causa das características da nossa batida no metal – explica ao Granma Internacional Hermes – sempre tem que ter uma música nova, que faça as pessoas dançarem e cantarem, e isso conseguimos escutando muita música, apaixonados pelo tambor de metal como se fosse o melhor piano de cauda, e cuidando da afinação dos instrumentos».

«Nós montamos mais de 50 peças que vão desde a música popular e clássica ao danzón, mambo, cha-cha-cha, guarachas, conga, boleros, baladas, rock, calypso, reggae, samba, jazz e outros que exigem muita habilidade», acrescentou o formado em violão-baixo e por 12 anos baixista da popular orquestra de Chepín Choven.

Dentro deste repertório destacam o Potpourri de Los Van VanBésame MuchoEl necio, Bodas de oro, Garota de Ipanema, El negro está cocinando, Marilú, Calculadora, No Woman No Cry, El Cafetal, Bacalao con pan, Hotel California, Patacón pisao, Mambo nº 5, Che Comandante, Guantanamera e, claro, Ave María.

«Nenhuma delas é fácil» – refere o também compositor e arranjador – «porque, como seu nome diz Steel Band é uma banda de aço composta de tambores de metal para derivados do petróleo furados, ou tambores de metal, que em inglês são conhecidos como steelband, pan ou steeldrums, e de acordo com muitos é talvez o único instrumento musical inventado no século 20».

«Os nossos 12 músicos têm 23 instrumentos desse tipo, cada um com uma tessitura diferente. Assim, para os agudos uns tímpanos fornecem a linha melódica das canções, e para ter uma melhor ideia, digamos que esses tambores desempenham o papel de piano, o violão, o violoncelo e o baixo que mantêm a estabilidade harmónica e rítmica da música.»

«Como miscelânea, para levar a base do ritmo, adicionamos uma bateria com o conjunto completo de percussão, duas tumbadoras, um reco-reco e um xequerê».

«Em todos eles a afinação é decisiva e, especialmente no caso dos tambores, que transportados no porta-malas dos autocarros a outras províncias qualquer golpe pode desafiná-los». Com dois fonogramas gravados e um vídeoclipe, na memória do grupo sobressai ter partilhado o palco no Brasil com a orquestra Bomba de Emeterio, e em Cuba com Adalberto Álvarez y su Son, Original de Manzanillo, Pancho Amat e Cabildo del Son, Cándido Fabré y su banda, Pedrito Calvo y la Justicia, William Vivanco e Ivette Cepeda.

Além disso, as suas apresentações foram recebidas no Festival de Cultura Latino-Americana de Holguín, em convenções de turismo, no Festival Jazz Plaza de Havana, no Mambo Club de Varadero, e nos carnavais de Cienfuegos, Trinidad, Santa Clara, Bayamo, noutras cidades, e o essencial Festival do Caribe de Santiago.

Uma referência valiosa constitui Trinidad e Tobago, com a sua assessoria musical e assistência técnica, incluindo os instrumentos atuais e a esperada doação de tambores de metal com tratamento de cromo, prata e níquel, através dos senhores Merlin Gill e John Sorrillo, que aumentarão substancialmente a qualidade das músicas.

Como garantia de continuidade, há um ano foi formada uma versão infantil que inclui crianças das escola primária e secundária básica, lideradas por Alfredo Vaillant Torres, que à sua disposição têm a ampla sede de ensaios e apresentação criada para o Banda de Aço através de transformações sociais que embelezaram o povoado de El Cobre.

Em consideração aos seus esforços louváveis, Hermes Ramírez e seus músicos apenas esperam a inclusão no Álbum Musical de Cuba, adquirida através da ascensão musical e a obra em geral deste grupo, cuja génese não é cubana, mas contribuiu para exaltar os nossos ritmos e a alegria do povo através de uma contribuição louvável à cultura nacional.

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