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Cinematografia cubana com presença significativa na 40ª ed

Treze filmes de cineastas cubanos aspiram aos prémios Coral, concedidos pelo Festival de Novo Cinema Latino-americano, nas categorias de longas-metragens e curtas de ficção

Autor: Mireya Castañeda | internet@granma.cu

Dezembro 6, 2018

 

Foto: Courtesy of Ediciones ICAIC

 

Neste Festival, dedicado a Tomás Gutiérrez Alea, exibe-se Fresa y chocolate, co-dirigida por ele e Juan Carlos Tabío, que foi indicada, na categoria de Melhor Fita Estrangeira, para os prémios Oscar de 1994.

Treze filmes de cineastas cubanos aspiram aos prémios Coral, concedidos pelo Festival de Novo Cinema Latino-americano, nas categorias de longas-metragens e curtas de ficção, documentário, animação e estreia; ao qual são adicionados uma pós-produção, cinco roteiros inéditos e 13 posteres.

Devemos também considerar que uma série de títulos de cineastas cubanos foram incluídos em todas as secções fora do concurso o que é, de facto, um reconhecimento da sua qualidade.

Dois dos filmes seleccionados para competir na ficção, Inocência, Alejandro Gil e Nido de mantis, de Arturo Sotto, falamos em edições anteriores, só faltando referir-nos a Insumisas, do premiado diretor Fernando Perez, cujo roteiro e direcção compartilha com a directora suíça Laura Cazador.

O filme reflecte eventos reais, a vida de uma mulher sueca que chegou no início do século XIX à cidade cubana de Baracoa, vestida como um homem, e sob o nome de Henry Faber praticou com sucesso a medicina e até chegou a casar-se com uma garota local.

De acordo com declarações anteriores de Perez, a transgressão de género faz parte da história, mas tentaram retratá-la como uma mulher avançada para o seu tempo, que transcendeu limitações de todos os tipos: social, moral.

Também na ficção, mas em filmes de média e curta metragem, Cuba concorre com Cerdo, de Yunior García; Frágil, de Sheyla Pool; Los amantes, de Alán González, e I love Lotus, de Patricia Ramos, de quem é exibido, também, o documentário Alicia, fora da competição, na secção A Hora da Curta.

Na categoria Documentário, vários realizadores cubanos concorrem pelo prémio Coral, com Los viejos heraldos, de Luis Alejandro Yero, e Sergio Corrieri, más allá de “Memórias…, de Luisa Marisy.

Como o seu nome indica, Más allá de Memórias… é dedicado ao actor cubano Sérgio Corrieri (1938-2008). Escrito e dirigido por sua filha, foi produzido pelo Instituto Cubano da Arte e Indústria Cinematográficas (Icaic) e pelo Centro Cultural Pablo de la Torriente Brau. É uma aproximação à vida e obra do actor de filmes de culto, como Memórias del Subdesarrollo e ainda de Soy Cuba, Mella, Baraguá e El Hombre de Maisinicú.

Para o concurso de Histórias em quadradinhos foram escolhidas duas peças cubanas: Encuentro muy cercano, de Pol Chaviano, e Mamiya CR7, de Danny de Leon e Eisman Sánchez, e o mesmo número na categoria Obras primas: El viaje extraordinário de Celeste Garcia, de Arturo Infante e Um tradutor, de Rodrigo Barriuso, Sebastián Barriuso (Cuba, Canadá), enquanto no item de pós-produção concorre En caliente, de Fabien Pisani.

É esperançoso de que cineastas cubanos tenham apresentado cinco títulos para se qualificar para o prémio de roteiros inéditos: AM- PM / Amilcar Salatti Gonzalez (que acaba de receber o XV Prémio SGAE de Roteiro Julio Alejandro, entregue no 56º Festival Internacional de Cinema de Gijón, Astúrias); El bálsamo de Casanova, de Serguei Svoboda Verdaguer; La nueva ruta, de Joanna Vidal; La pelota roja, de Carlos Lechuga, Fabián Suárez e El soldado perfecto, de Pavel Giroud Airea (Cuba, Colômbia).

A lista de pósteres cubanos em competição é extensa. São treze, dois deles com a Alemanha, dos quais destacamos o de Insumisas, Nido de mantis e Sergio Corrieri, más allá de Memorias…».

Fora da competição, em diferentes secções, os cubanos classificaram-se com 18 títulos. Eis alguns exemplos: Na ficção El regreso / Blanca Rosa Blanco, Alberto Luberta; documentários como Mujeres… de la basura al bienestar, de Lizette Vila e Ingrid León Vila; Chucho Valdés… El niño que lleva dentro, de Ángel Alderete e Los Muñequitos de Matanzas, la leyenda en ruta, de Julia Mirabal.

Os documentários El Comandante Guevara entró a la muerte e Ñancahuazú, ambos de Jorge Fuentes, terão uma apresentação especial. O primeiro deles contém o testemunho de pessoas que viram ou falaram com Che Guevara nos momentos derradeiros de sua vida, camponeses de Quebrada del Yuro, La Higuera e Vallegrande e soldados do exército boliviano, e o segundo documentário trata dos começos da guerrilha.

Lembramos que o Festival é dedicado a Tomás Gutiérrez Alea com a exibição de alguns de seus filmes, como Memorias del Subdesarrollo; Uma luta cubana contra los demonios e Fresa y chocolate, e uma das Galas propõe o filme Yuli, co-produzido por Espanha, Cuba, Grã-Bretanha e Alemanha, dirigido por Iciar Bollaín, em que se conta acerca da vida do bailarino cubano Carlos Acosta.c

Uma vez que o Festival está a ter em conta as novas tecnologias e a aproximação aos jovens, cineastas e audiências, não é surpreendente que proponha a apresentação, pelos Estúdios de Animação do Icaic, de um videojogo, Cine en Cuba, para celebrar o 40º Aniversário do Festival de Cinema.

Ivan Giroud, presidente do Festival, disse num primeiro encontro com a imprensa que, no total, foram inscritos 2.032 filmes, deles 1.438 foram avaliados pela comissão de selecção e serão exibidos 373 deles no programa.

É sabido que o Festival continua a ser um local de interesse para todos os cineastas latino-americanos e outros países que querem que os seus filmes sejam apresentados em Havana.

Transmite optimismo o facto de que nesta 40ª edição, os cineastas cubanos, apesar das conhecidas dificuldades de financiamento, conseguirem inserir-se em todas as categorias oficiais pelos prémios Coral e em todas as secções não competitivas.

12.12.2018

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