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A História é nossa e fazem-na os povos!

«Pela dignidade e o decoro dos homens de Cuba, esta revolução triunfará! Cuba abraça todos aqueles que sabem amar e criar e despreza aqueles que odeiam e destroem. Fundaremos a República Nova, com todos e para o bem de todos, no amor e fraternidade de todos os cubanos.»

Manifesto de Moncada, 23 de Julho de 1953

 

Armanda Fonseca

Em 10 de Março de 1952, antecipando a sua derrota nas eleições que se aproximavam, Fulgêncio Baptista apodera-se do poder, suspende a constituição, revoga as leis da República, suprime direitos individuais e proíbe manifestações e a actividade partidária. A situação social agravou-se: precariedade nos latifúndios, analfabetismo, doenças do subdesenvolvimento, miséria, abusos, jogo, prostituição.

Um grupo de jovens, na sua maioria muito humildes, com diferentes níveis de cultura política, todos querendo derrotar a tirania de Fulgêncio Baptista, sentiam a necessidade de uma mudança. Fidel Castro era aquele que tinha maior experiência política, possuía uma perspetiva da revolução, quer no plano tático quer estratégico. Alguns tinham noções marxistas-leninistas, mas todos eram influenciados pelo pensamento de José Marti.

O assalto ao quartel terminou num fracasso, a maioria dos sobreviventes pereceu, vítima de terríveis torturas. Outros foram assassinados nas camas dos hospitais. Fidel e um pequeno grupo tentaram refugiar-se, mas acabaram presos pela tropa de Baptista, foram julgados e condenados.

Fidel assume a sua defesa. As suas alegações no julgamento são um programa de governo que a revolução cumpriria após o triunfo da luta armada, exactamente cinco anos, cinco meses e cinco dias depois. E o processo de restituição do país ao povo foi cumprido, mesmo com um bloqueio ilegal logo após a primeira reforma agrária e a expropriação dos monopólios norte-americanos: o analfabetismo foi erradicado no período de um ano, com mobilização de toda a população; foi garantido o direito à saúde, com investimento na prevenção, através do médico de família integrado na comunidade; medidas foram tomadas em relação ao cinema e outras artes com a preocupação de criar um povo culto.

Após o triunfo da revolução surgiram as represálias imperialistas, através do bloqueio (recentemente agravado) e do terrorismo, que causou 3478 mortes, dois mil feridos e incapacitados e a invasão mercenária de Playa Girón.

Desafios, ingerências, vitórias

Já nos primórdios da revolução cumpriu-se a solidariedade internacionalista, com o apoio ao povo argelino que se estenderia a todo o mundo, tendo especial relevância o apoio solidário ao governo angolano e o contributo decisivo para o fim do apartheid.

Sessenta e cinco anos depois de Moncada, fazendo-se o balanço dos últimos 15 anos, saíram da pobreza, na América Latina e Caraíbas, 60 milhões de pessoas, e mais de três milhões do analfabetismo, que foi erradicado na Venezuela, Bolívia e Nicarágua; mais de 20 mil médicos latino-americanos e provenientes das Caraíbas foram formados em Cuba, na Escola Latino-Americana de Medicina; 992 838 pessoas recuperaram a visão, com a Operação Milagre, para além de um milhão de cubanos. Por Nuestra America de Marti criaram-se formas de cooperação, excluindo a participação do governo norte-americano.

Em 2014, a América Latina e Caraíbas foram proclamadas Zona de Paz, consagrando o direito de cada Estado a escolher o seu sistema político sem interferência externa. Na sequência das reformas introduzidas na economia, o povo cubana debate hoje a reforma da Constituição com o objetivo da construção do socialismo, sob a direção do Partido Comunista de Cuba.

Moncada foi cumprido!

 

Fonte – Jornal Avante

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