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Estratégia de EUA e OEA é desestabilizar a Venezuela

 

Por que tanta obsessão com a Venezuela?

Por Carmen Esquivel

Chefe de redação América do Sul da Prensa Latina

As agressões contra a Revolução Bolivariana estão enquadradas em toda uma ofensiva dos Estados Unidos e da direita para desacreditar governos progressistas na região.

Isto explica as campanhas que nos últimos anos líderes latino-americanos tiveram que enfrentar, como o presidente da Bolívia, Evo Morales; os ex-governantes brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o paraguaio Fernando Lugo e a argentina Cristina Fernández.

No caso específico da Venezuela, analistas políticos e académicos coincidem em assinalar entre as causas dos ataques o interesse por reverter os avanços da Revolução Bolivariana e o papel desempenhado na defesa da soberania, não só nacional, mas também regional.

Com a chegada ao poder do presidente Hugo Chávez em 1999, a Venezuela recuperou a soberania dos seus recursos naturais, mais de dois milhões de famílias foram beneficiadas com moradias, e a saúde e a educação alcançaram as grandes maiorias da população, isto só mencionar alguns avanços.

No plano regional, é notável o seu papel na integração, com a criação de mecanismos como a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), o acordo de cooperação energética Petrocaribe, a União das Nações Sul-americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Para o professor Rubén Zardoya, do Centro de Estudos Hemisféricos e sobre os Estados Unidos, a ingerência contra a Venezuela começou desde a revolta de 4 de fevereiro de 1992, liderada pelo comandante Hugo Chávez, e abrange todas as esferas, política, económica, social e cultural, e não tem cessado em nenhum momento.

O imperialismo norte-americano tem convertido a Revolução Bolivariana no principal alvo dos seus ataques na região, afirmou à Rubén Zardoya, também doutor em ciências filosóficas da Universidade de Havana.

Zardoya afirmou que os Estados Unidos e a direita viram na morte de Chávez a sua oportunidade e pensaram que com a chegada ao poder do presidente Nicolás Maduro iam acabar com a revolução.

Outro motivo para que Venezuela esteja no centro dos ataques é a posse de enormes riquezas naturais, sobretudo o petróleo.

“A agressão contra a Venezuela não é contra o presidente Nicolás Maduro, mas na tentativa de se apoderarem do petróleo desse país”, advertiu numa entrevista concedida à Telesur o chefe de Estado da Bolívia, Evo Morales.

A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, calculadas em 300 bilhões de barris, acima da Arábia Saudita.

Em 2002, o país sofreu um golpe de Estado que tentou derrubar o governo do presidente Chávez, seguido de uma greve do sector petrolífico com o objetivo de boicotar a indústria do petróleo.

Durante os últimos anos, a Venezuela tem enfrentado novos ataques que vão desde a prática da violência por parte da direita, até as sanções económicas e financeiras, e as ameaças de uma intervenção militar.

Numa entrevista concedida a uma rádio argentina, o cientista político Atílio Borón vinculava os atos violentos registados no ano passado com o interesse de desestabilizar o país e apoderar-se dos seus recursos.

“A causa é que há uma direita apoiada pelos pelos EUA porque o plano é recuperar para o governo de Washington o petróleo. Nisso não pode haver nenhuma confusão: esse é o objetivo”, assegurou.

Borón referiu-se também às tentativas do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, de aplicar a Carta Democrática contra a Venezuela para afastá-la desse organismo e qualificou como sistemáticos e brutais os ataques contra a Revolução Bolivariana.

Entretanto, não conseguiram os votos para afastar a nação da OEA, e o governo de Caracas considerou ridícula a iniciativa apresentada pelos Estados Unidos e o Grupo de Lima porque desde abril do ano passado a nação sul-americana iniciou o processo para sua saída desse organismo.

As autoridades venezuelanas consideram a OEA como um organismo inútil, que tem violentado princípios de soberania e não intervenção, e o presidente Maduro já tinha advertido que a reunião realizado no dia 5 de junho seria a última cúpula na qual participaria um ministro do seu país.

 

Fonte – Portal Vermelho

 

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