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Como se consegue explicar a resistência do povo venezuelano e do governo de Nicolás Maduro?

GUERRA económica, sabotagens, baixos preços do petróleo, sanções internacionais e violência política

Autor: Dayron Rodríguez Rosales

Junho 1, 2018 18:06:58

Nicolás Maduro sempre esteve perto de seu povo, tanto em momentos de comemoração quanto em tempos difíceis.

Foto: AVN

 

GUERRA económica, sabotagens, baixos preços do petróleo, sanções internacionais e violência política. Qualquer presidente antes da chegada de Hugo Chávez ao Palácio de Miraflores teria sucumbido alguns dias depois, perante um ataque semelhante ao experimentado pelo governo de Nicolás Maduro no dia a dia.

No entanto, o povo venezuelano mantém-se de pé e apoia os líderes da Revolução Bolivariana. Como se explicar essa heróica resistência?

 

O LEGADO DE CHÁVEZ

O comandante bolivariano mudou a história do seu país para sempre. As forças de Chávez agora têm no legado e o projecto estratégico que ele projectou para a Venezuela, como uma das principais ferramentas para projectar o presente e o futuro daquela nação.

Mesmo algumas pessoas que se opõem ao actual governo compartilham as ideias de inclusão, justiça e igualdade que chegaram à política pelas mãos e acção de Hugo Chávez.

A mudança cultural e a maneira de entender como o governo funciona é, talvez, a maior contribuição do Chavismo e uma das chaves para entender o porquê da sua capacidade de resiliência.

 

A CAPACIDADE DA LIDERANÇA DE MADURO

Chávez viu em Maduro a figura para dar continuidade à Revolução Bolivariana e assim foi por ele informado ao mundo, algumas semanas antes de sua morte.

Esse apoio simbólico indiscutível foi combinado com as capacidades de liderança e resistência mostradas por Nicolás Maduro no exercício de suas funções, diante de todas as ameaças.

Seja na arena política internacional ou em inúmeras praças públicas no interior de seu país, o actual presidente consegue levar as suas mensagens a amplas camadas da população com base numa ideologia revolucionária, chavista e anti-imperialista.

 

MISSÕES SOCIAIS

Iniciadas de Chávez e continuadas por Maduro, as grandes missões mudaram a face da Venezuela, em poucos anos. Uma das mais importantes foi “Bairro Dentro”, que conta com a colaboração de médicos cubanos para levar saúde aos recantos mais remotos da Venezuela.

Até meados de 2017, 71.900.000 exames médicos (de uma amostra de sangue a uma tomografia computadorizada axial) foram feitos gratuitamente e quase três milhões de procedimentos cirúrgicos foram realizados. Foram salvas 179.191 vidas; 830 médicos indígenas foram formados e outros milhares estão a receber formação.

A Operação Milagre, também com ajuda cubana, permitiu que mais de 70.000 venezuelanos recuperassem a visão.

Noutro campo de grande impacto social, a habitação, a nação bolivariana quebrou todos os recordes, com mais de dois milhões de casas construídas e entregues ao povo em condições justas.

 

VOCAÇÃO HUMANISTA DA REVOLUÇÃO

Desde 2013, o governo Maduro aprofundou a vocação humanista da Revolução iniciada por Chávez, dedicando a maior parte do Produto Interno Bruto aos programas sociais e à redistribuição da riqueza.

Mesmo com as limitações e o boicote económico da direita, os cidadãos não ficaram desabrigados.

Por exemplo, em 2016, foi lançado um programa para levar alimentos à população a preços justos e evitar a especulação, que actualmente beneficia mais de 12 milhões de famílias.

Através dos Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAPs), são distribuídas mais de 60 mil toneladas de alimentos e produtos básicos aos sectores mais vulneráveis da sociedade venezuelana.

Além disso, a «Carteirinha da Pátria», um documento de leitura electrónica entregue a 16 milhões de pessoas, permitiu melhorar o acesso a programas sociais e a receberem um bónus de ajuda.

 

UMA OPOSIÇÃO DIVIDIDA

Depois da vitória conjuntural da direita, nas eleições parlamentares de 2015, que parecia inspirar essa desacreditada facção política do país, com grande tendência à violência, nos últimos meses a Mesa da Unidade Democrática (MUD) foi-se desarticulando.

Alguns sectores ainda apostam na sabotagem e na destruição do país, como forma de ganhar poder, enquanto outros valorizam a possibilidade de confrontar o chavismo nas urnas, como foi visto nas últimas eleições presidenciais.

Esta quebra foi aprofundada com a decisão do adversário do chavismo, Henri Falcón, de se apresentar nas eleições, afastando-se do boicote encorajado pela MUD. Por causa das suas próprias vaidades e lutas internas, assim como o custo social dos seus métodos violentos, a direita perde cada vez mais prestígio. No entanto, tem sido um factor desestabilizador para o país e uma porta aberta para a ingerência estrangeira.

 

UNIDADE CÍVICA-MILITAR

As atuais Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANBs) têm um carácter pacifista e, ao mesmo tempo, uma condição radicalmente anti-imperialista, zamorista, anti-oligarca, chavista e nacionalista. Essa realidade é outra das grandes conquistas das transformações de Chávez e uma das garantias para a estabilidade do país.

Portanto, e no meio de uma situação crítica devido aos ataques da direita nacional e internacional  o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, tornou pública a sua rejeição a qualquer tentativa de insurreição armada.

«A revolução bolivariana, o Estado e o povo venezuelano têm e contam com as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANBs) cumprindo suas tarefas constitucionalmente», disse Padrino.

Por outro lado, as FANBs ratificaram sua fidelidade à Constituição e ao povo de Bolívar perante as declarações intervencionistas dos Estados Unidos.

 

VENEZUELA COMO BALUARTE ANTI-IMPERIALISTA

Durante as últimas duas décadas, os venezuelanos também se consciencializaram de que o seu país, com seus grandes recursos naturais, desempenha um papel transcendental no concerto das nações, especialmente na América Latina e no Caribe.

Os ideais de Bolívar estão no centro do pensamento de Chávez, especialmente sua advertência de que «os Estados Unidos parecem destinados pela Providência a assolar a América Latina com misérias, em nome da liberdade». Tanto Chávez como Maduro assumiram essa visão com uma vocação anti-imperialista e a favor das causas do Terceiro Mundo.

O governo de Nicolás Maduro é uma voz internacional em nome dos humildes e explorados, o que dá ao seu país uma dignidade reconhecida pelos povos de todo o mundo.

Fonte: http://pt.granma.cu/mundo/2018-06-01/como-se-consegue-explicar-a-resistencia-do-povo-venezuelano-e-do-governo-de-nicolas-maduro 

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