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COMEMORAÇÃO DO 26 DE JULHO E OS ACONTECIMENTOS EM CUBA

A propósito da comemoração do 26 de Julho, dia do assalto ao Quartel de Moncada, recolhemos do Jornal Granma, deste domingo (25/7), o testemunho de António Rodriguez Salvador, que viveu no período negro da ditadura de Batista a realidade daquela época.

Baseado num censo de 1953 e de uma estatística de 1957, realizada pela Agrupação Católica Universitária, regista detalhadamente as condições de vida dos trabalhadores agrícolas: não havia apagão de electricidade porque 56% da população não tinha electricidade, só 4% da população comia carne e só 3,4% comia peixe, ovos 2,1% e leite 11,2%. A desidratação atingia 91% da população. Aquele estudo refere, ainda, que 14% da população sofria de tuberculose e 13% sofreu febre tifóide.

Esta dura realidade levou um grupo de jovens revolucionários ao assalto de Moncada, dando, assim, início à luta libertadora.

 

A Associação de Amizade Portugal-Cuba realizou uma iniciativa em Setúbal, organizada pelo Núcleo de Setúbal, para celebrar o 26/7 e manifestar a sua solidariedade ao Povo Cubano.

 

 

INTERVENÇÃO NO 68º ANIVERSÁRIO DO ASSALTO AO QUARTEL DE MONCADA

 

Em primeiro lugar saudamos os amigos aqui presentes nesta iniciativa de solidariedade com o Povo Cubano e a sua Revolução agradecemos ao Núcleo de Setúbal à camaradas Olinda e Filipe que tornaram possível este evento e, por último, agradecemos com muito carinho e amizade à Senhora Embaixadora de Cuba em Portugal Mercedes Martinez.

Estamos aqui hoje para celebrar uma data histórica de Cuba o dia 26 de Julho de 1953, data em que um grupo de revolucionários comandados pelo jovem Fidel de Castro deu início à luta armada para derrubar a ditadura sangrenta de Fulgêncio Batista. A acção fracassou e muitos revolucionários foram mortos e outros presos como o caso de Fidel de Castro, que, na prisão, elaborou a sua defesa intitulada “A História me Absolverá”, que se tornou um guia da Revolução. Por pressão internacional os presos foram libertados e Fidel e outros exilaram-se no México e, posteriormente, regressaram a Cuba no Granma tendo iniciado a luta armada que conduziu à vitória em 1 de Janeiro de 1959.

Esta comemoração acontece no momento em que o regime imperialista norte-americano desencadeia uma brutal ofensiva desestabilizadora para derrubar a Revolução, aproveitando as dificuldades do criminal bloqueio por ele imposto, agravado pelas consequências da pandemia.

As brutais operações mediáticas nas redes sociais, organizadas e financiadas pelo governo dos EUA, mediante sistemas de big data, robots e ciberterrorismo, são acompanhadas por falsas notícias, em que as imagens são um elemento-chave de manipulação e engano. Alguns exemplos:

  • a saída de Raúl de Castro de um avião como se fosse a fugir de Cuba, quando se tratava de uma deslocação antiga à Costa Rica;
  • uma imagem de uma criança morta como se fosse pela polícia de Cuba, que foi morta pelos contra-revolucionários na Venezuela
  • grandes manifestações contra o governo cubano que eram do Egito, Argentina e Espanha;
  • saída à rua do exército em Cuba que era um desfile militar em 2017;
  • imagens de pessoas cubanas sem abrigo que, de facto, vivem na América do Norte;
  • imagens de polícias de choque agredindo manifestantes, como se fosse em Cuba, sendo em Espanha e França,
  • a BBC apresenta massiva manifestação contra o governo que afinal se tratava de uma manifestação dos CDR (Comitês de Defesa da Revolução);
  • a senhora Bachelet (chilena) Alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos para justificar as manifestações contra o governo apresentou uma jovem cubana que, pelo contrário, apoia a Revolução e exige o fim do bloqueio. Vale tudo.

Todas estas mentiras foram provadas e denunciadas. Através de dezenas de organizações mediáticas prosseguem acções subversivas e de guerra psicológica contra Cuba. Essas organizações são financiadas por entidades norte-americanas (USAID E NED) que, nos últimos anos, receberam mais de 249 milhões de dólares.

Recentemente receberam mais dois milhões de dólares para promover “a democracia em Cuba”. As redes sociais controladas pelo imperialismo lançam milhares e milhares de notícias falsas para provocar o caos e instruem os contra-revolucionários internos, pagos para o efeito para provocar actos de vandalismo.

A entidade Twitter colaborou, activamente, com esta campanha ao não activar os seus sistemas anti-spam, como é sua obrigação, e, por um lado, alterou a localização geoestratégica de contas, fazendo crer que eram em Cuba, quando a esmagadora maioria se situava no estrangeiro e, por outro lado, bloqueou ou eliminou contas do governo e de meios de informação cubanos.

Vem agora Biden impor novas sanções contra funcionários e entidades por supostos “abusos contra manifestantes”, após os acontecimentos de 11 de Julho. Representantes da extrema-direita anti-cubana pediram recentemente a Biden “acções concretas” contra Cuba incluindo “intervenção militar”. Segundo Biden, este é apenas o começo: bloquear qualquer activo que esteja sob a jurisdição norte-americana e proibir que pessoas dos EUA fazer negócios com eles, o que configura uma violação do direito internacional.

O Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Padilha, refutou “as infundadas e caluniosas sanções do governo dos EUA” e afirmou que Biden “deve aplicar a lei a si mesmo pelos actos de repressão quotidiana e brutalidade policial que contaram 1.021 vítimas em 2020”custaram a esmagadora maioria dos cubanos está com a revolução, apesar das dificuldades provocadas pelo bloqueio agravadas pela pandemia.

Milhares e milhares de cubanos saíram às ruas, apesar das limitações impostas pela pandemia, a manifestar o seu apoio à Revolução e exigir o fim do bloqueio. Olhando para a fotografia da manifestação de 100.000 habaneros, no Malecon, fica-se impressionado ao ver que, numa “ditadura”, como dizem, os principais dirigentes do país, Diaz-Canel, Raúl de Castro, entre outros, estão calmamente à frente dessa manifestação. Gostaria de ver se Biden, Macron ou outros dirigentes do capitalismo seriam capazes?

Essa imagem mostra o que é uma democracia do povo e a ditadura do capital!

Cuba continua a ser solidária com os povos do mundo. Neste momento mais de 36 mil profissionais de saúde prestam serviço em 66 países, número reforçado para o combate à pandemia. Através da operação milagre já foram operadas 3 milhões de pessoas em 35 países. Na Escola Latino-Americana de Medicina de Cuba formaram-se 29 mil médicos de 105 países (mais de mil oriundos de Timor-Leste).

Com o método de SIM EU POSSO, já foram alfabetizados 10 milhões e 600 mil jovens e adultos em 30 países.

Através da sua indústria de biotecnologia Cuba produziu 5 vacinas contra Covid19, sendo o único país da América Latina a atingir esse objectivo.

A nível europeu foi lançada uma campanha de compra de 100.000 milhões de seringas para Cuba, tendo a nossa Associação participado e atingido um total 203.000 seringas, com o apoio de todos os sócios e amigos com a Revolução Cubana.

Cuba não está só. A solidariedade aumenta, face a mais esta brutal guerra contra Cuba, que está condenada ao fracasso.

Como afirmou Diaz-Canel, Presidente de Cuba “Não estamos dispostos a entregar a obra, nem a independência, nem a soberania conquistada pela Revolução”.

 

A cada ataque à soberania de Cuba;

A cada tentativa de ingerência;

O povo cubano pode contar sempre com a nossa solidariedade.

CUBA VENCERÁ!

 

INTERVENÇÃO DA EMBAIXADORA DE CUBA EM PORTUGAL:

 

Cuba é um pequeno Estado insular em desenvolvimento, que não só enfrenta as vulnerabilidades inerentes a essa condição, mas também sofre os efeitos do mais longo e abrangente sistema de medidas coercitivas unilaterais da história, aplicado contra qualquer país.

A isto acrescentam-se as consequências multidimensionais da Covid-19, cujos efeitos têm sido usados deliberada e oportunisticamente pelo governo dos EUA para reforçar o bloqueio com motivações políticas e o claro propósito de intensificar a agressão contra o nosso país e causar dificuldades ao povo cubano.

A operação de comunicação contra Cuba não surgiu espontaneamente, nem a partir de território nacional, mas orquestrada a partir de contas baseadas nos EUA no ciberespaço, empresas e grupos, alguns com ligações ao terrorismo que recebem financiamento dos EUA. O governo cubano tornou públicas amplas provas disso, e ao rever o comportamento incomum da hashtag #SOSCuba, é fácil ver que os protestos e actos de violência foram encorajados como parte da quarta geração de guerra contra Cuba.

Os acontecimentos que tiveram lugar em Cuba a 11 de Julho não são um reflexo do surto social. O país foi vítima de uma operação de comunicação política orquestrada e financiada a partir do território americano que provocou distúrbios a uma escala limitada, que não recebeu o apoio da grande maioria dos cubanos, pelo contrário, o maior número de pessoas que saíram à rua este domingo foi em defesa da Revolução.

O dia testemunhou actos de vandalismo, ataques violentos a instituições, sedes organizacionais, centros comerciais e a funcionários que protegem os seus locais de trabalho, bem como agências internas de aplicação da lei e os seus meios, tais como carros da polícia.

Cuba reitera o seu direito de defender a sua integridade e soberania. Qualquer tentativa de alterar a paz estabelecida e a ordem constitucional será recebida com uma resposta proporcional no quadro das nossas leis. Isto também será feito em estrita conformidade com o direito internacional.

O governo norte-americano tem uma pesada responsabilidade pelos acontecimentos, como foi denunciado durante a comunicação do Presidente cubano e dos seus ministros, não só porque são o resultado de anos de guerra económica, mas também devido ao tempo em que foi aplicada uma política de máxima pressão com mais de 243 medidas para além do bloqueio.

Se tivesse um interesse sincero em aliviar as nossas dificuldades, o governo dos EUA levantaria o bloqueio económico, comercial e financeiro e revogaria as medidas impostas durante a administração Trump e totalmente implementadas por Biden.

Cuba rejeita qualquer tentativa ou acto de interferência nos seus assuntos internos. Apelamos aos Estados para que respeitem o direito internacional, os objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas e os compromissos e instrumentos jurídicos assinados no domínio da comunicação digital para prevenir actos de agressão.

O apelo do Presidente e do nosso governo é de resolver as dificuldades entre os cubanos, sem interferência externa e com base na unidade patriótica, para avançar em áreas que hoje são afectadas pelo efeito combinado do bloqueio, da pandemia e das nossas próprias dificuldades, o que nunca negámos.

Estamos gratos pelos pronunciamentos e múltiplas expressões de apoio dos povos e governos do mundo que reiteraram a sua solidariedade com a Revolução Cubana, denunciaram a intensificação do bloqueio e rejeitaram a feroz campanha para desacreditar Cuba.

A paz e a tranquilidade reinam hoje em Cuba. As instituições estão a funcionar normalmente no quadro das restrições sanitárias devido à pandemia.

Cuba é e continua a ser um país de paz que promove a solidariedade e o bem-estar de todos os países do mundo.

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