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Nosso direito de existir

Que ninguém duvide que, diante de quem se atreva tão só ameaçá-la, será escutado o grito de guerra de todo um povo: Pátria ou Morte!

Foto: Ricardo López Hevia

 

Eles falham novamente. Novamente eles erram na tentativa de quebrar a dignidade de um povo. Quando uma música consegue chocar multidões ao longo do tempo, independentemente do carisma do intérprete, independentemente da categoria profissional que o distingue, a letra da música pode ser profundamente impressionante, porque carrega em si uma dotação bem-sucedida de verdades históricas que a tornam autêntica.

Quando Vicente Feliú compôs Créeme, dá-nos uma viva canção de amor, comprometida com a intensidade de uma vigília imposta pelo constante cerco inimigo, há mais de 60 anos. Quando Silvio Rodríguez apresentou o álbum Silvio, em 1992, entre as novas composições aqui contidas está El Necio. É um tema vibrante que permanece impregnado por direito próprio no imaginário de uma nação disposta a defender as conquistas da sua soberania, até as últimas consequências.

Portanto, para que uma música alcance o venerado privilégio de habitar na alma cubana, não basta apropriar-se indevidamente de símbolos sagrados aos ideais de um povo, como José Martí e Ernesto Che Guevara, porque carecem de um sólido fundamento conceitual que proteja a mensagem da peça.

Quando é escutada a peça Patria y vida, por um lado nos estão a falar de um país que não existe para a vida cotidiana de milhões de compatriotas em todo o arquipélago. No entanto, o próprio nome da canção implica outra provocação, que só levaria em conta quem professa uma ingenuidade suspeita.

Tudo isso faz parte do roteiro do inimigo, onde os revolucionários – segundo eles – têm que assumir o papel dos bandidos do filme, como se nos negássemos a ter um clímax relaxado, baseado em relações de amizade e respeito com o país vizinho, cujos passos iniciais puderam ser claramente vislumbrados durante a gestão de Barack Obama.

Com a atual administração do governo dos Estados Unidos, como declararam nossos principais líderes, estaríamos dispostos a restabelecer e expandir essas pontes, após acordo mútuo entre as duas nações. Seria uma possibilidade histórica onde a pátria de todos aqueles que a amam e protegem pudesse avançar mais rapidamente para horizontes mais amplos.

Mas ninguém duvide que, diante de quem nada mais ouse ameaçá-la, será escutado o grito de guerra de todo um povo: Pátria ou Morte!

Guille Vilar | internet@granma.cu

Fevereiro, 2021

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