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A OPERAÇÃO PETER PAN

A Operação Peter Pan foi uma operação da CIA contra a revolução, logo nos seus primeiros dois anos de vida.

O objectivo era, explorando preconceitos contra o jovem governo revolucionário, semear o pânico entre a população, criando a convicção de que o jovem governo revolucionário retiraria aos pais o poder paternal, chamando a si a educação das crianças que passariam a viver em escolas, separados das respectivas famílias.

De facto, terminada a guerra da Coreia, prisioneiros libertados pela República Popular da Coreia após o armistício, expressaram críticas ao governo yankee, ao regressarem aos Estados Unidos, o que originou uma enorme campanha anticomunista, em que se invocava a existência de lavagens ao cérebro efectuadas por médicos chineses e soviéticos supostamente manipuladores das mentes daqueles que formulavam acusações contra os chamados governos ocidentais.

Alguns recordarão os filmes e livros que à época fantasiavam sobre as chamadas lavagens ao cérebro como instrumento de luta contra o “comunismo”, ideia que seria aproveitada para manipular familiares de crianças cubanas.

A insanidade desta conspiração chegou a criar a convicção de que os menores cubanos poderiam ser entregues aos soviéticos para transformação em conservas, tendo mesmo aparecido uma falsa declaração do Conselho de Ministros cubano que retirava o poder paternal aos pais, questão que nunca foi sequer ponderada pelo governo, obviamente.

Por seu lado na Florida uma rádio lançava o pânico com falsos rumores, empresas expropriadas pelo governo revolucionário, subsidiavam os voos, enquanto a Embaixada dos Estados Unidos em Havana passava vistos especiais para as crianças voarem para os EUA sem os pais e organizava voos especiais, no meio de boatos que semeavam o terror no seio das famílias.

Pensavam os conspiradores e a CIA que o governo cubano não iria sobreviver mais de dois anos.

Em consequência desta cruel conspiração, cerca de 14 mil jovens viajaram para os Estados Unidos entre 1960 e 1962, na maioria tinham entre 12 e 18 anos, sendo predominantemente católicos mas havendo também protestantes, judeus e não praticantes.

A operação apenas terminou quando cessou o tráfego aéreo entre Cuba e os EUA, após a crise dos mísseis (Outubro/1962).

Muitas destas crianças não voltaram a ver os pais, foram colocadas em centros de acolhimento, em orfanatos, sem terem hipótese de reencontrarem os pais cujos sentimentos tinham sido manipulados pela Cia e com o apoio de alguns padres em Cuba.

Boletim AAPC de Jan. 2020

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