Uma investigação do Ministério do Interior cubano (Minint) divulgada denunciou a participação direta de organizações violentas do sul da Flórida numa operação terrorista frustrada contra esta nação caribenha.
Ao falar num programa especial transmitido em rede nacional, o Coronel Víctor Álvarez, segundo chefe do Órgão Especializado da Direção Geral de Investigação Criminal do Ministério, explicou que acontecimentos como este têm sido repetidamente denunciados às autoridades norte-americanas.
O Coronel Álvarez explicou que a captura, em dezembro passado, do cidadão Ardenys García Álvarez, de 40 anos, após a sua infiltração pelo norte da província ocidental de Matanzas, levou a uma investigação que lhe permitiu confirmar os seus objetivos e identificar os seus financiadores e cúmplices.
Ardenys García Álvarez, natural da província de Cienfuegos (centro-sul), emigrou ilegalmente para os Estados Unidos em 2014, e em dezembro de 2023 introduziu clandestinamente armas e munições em Cuba, utilizando um jet ski, com o objetivo de realizar atos terroristas. O oficial apresentou materiais audiovisuais mostrando o principal envolvido nos Estados Unidos realizando treinamento militar e práticas de tiro com armas de combate, inclusive com meios especiais como miras telescópicas.
A investigação mostrou que esta ação foi planeada, organizada, apoiada e financiada por um grupo de terroristas cubanos baseados nos Estados Unidos, alguns dos quais realizaram outras ações desta natureza em Cuba, afirmou.
Também destacou que estes atos foram repetidamente denunciados às autoridades norte-americanas e aos órgãos responsáveis pela aplicação da lei daquele país.
O programa televisivo apresentou as confissões de Ardenys García Álvarez e de outras pessoas recrutadas, incluindo o seu pai, que confirmou o propósito de utilizar as armas introduzidas ilegalmente (cinco pistolas, munições abundantes e outros meios) para atacar objetivos económicos e unidades militares e também planearam comprar uma fazenda para estabelecer uma base de operações.
Segundo o procurador-chefe da Direção de Combate à Corrupção e Ilegalidades, Eduard Roberts, a natureza dos acontecimentos sob investigação classifica-os como muito graves, e acarretam sanções severas.
Incluem transgressões à ordem política, económica e pública, e crimes contra a segurança do Estado, e associados ao terrorismo, tendo em conta a motivação, os meios que utilizaram e os objetivos que estabeleceram, explicou.
Alguns dos envolvidos na organização, planeamento e financiamento destas ações estão incluídos na lista nacional de pessoas envolvidas em atos de terrorismo contra Cuba, entre eles Willy González, chefe da organização paramilitar Nueva Nación Cubana en Armas.
